Índice
- Introdução
- O que é mordida cruzada?
- Tipos de mordida cruzada
- Causas da mordida cruzada
- Quais são os sintomas?
- Quais os problemas causados pela mordida cruzada?
- Como funciona o tratamento?
- Qual a melhor forma de tratamento?
- Quando custa a correção para mordida cruzada?
- Codental: a melhor plataforma para dentistas e clínicas que querem crescer
- Conclusão
Introdução
Considere um caso recente que chegou ao consultório: paciente adulto com dificuldades mastigatórias, dores de cabeça frequentes e desgaste dental excessivo. Após exame clínico, o diagnóstico foi de mordida cruzada não tratada desde a infância.
A mordida cruzada é um problema relativamente comum que consiste do desencontro entre os dentes da arcada superior e da arcada inferior. Ele pode acometer tanto os dentes da frente como os de trás, sendo a maioria dos casos hereditários.
O que é mordida cruzada?
O que se entende por mordida cruzada é, basicamente, quando um ou mais dentes da arcada de cima não se “encontram” como deveriam com os dentes de baixo. É um desalinhamento em que a mordida fica distorcida e os dentes não se encaixam corretamente.
Em uma mordida ideal, os dentes de cima ficam levemente por fora e por cima dos dentes de baixo. Na mordida cruzada, isso não acontece. A mordida cruzada pode ser:
- Só nos dentes (Dentária): o problema está apenas na inclinação dos dentes.
- Nos ossos (Esquelética): aqui, o problema é mais profundo e está nas bases ósseas (maxilares).
- Funcional: às vezes, o desvio acontece porque a mandíbula se “acomoda” de forma errada na hora de fechar a boca.
Tipos de mordida cruzada
A mordida cruzada anterior ocorre quando os dentes da frente inferiores ficam à frente dos superiores. Já a posterior envolve os dentes do fundo, podendo afetar um ou ambos os lados da arcada. Há também a mordida cruzada unilateral (em um lado) e a bilateral (em ambos). Entenda os detalhes abaixo!
Mordida cruzada anterior
Quando a mordida cruzada acontece só na frente da boca, a chamamos de Mordida Cruzada Anterior (muitas vezes também é conhecida como mordida invertida). Neste tipo de caso, é comum vermos uma relação de Classe 3, ou seja, quando a mandíbula de baixo está mais para frente do que o ideal (ou, então, o maxilar de cima está mais para trás).
Se o problema for mais sério e estiver nos ossos (esquelético), é exatamente essa situação: a mandíbula se projeta para a frente ou o maxilar superior fica retraído em relação à parte de baixo. É como se a parte de baixo estivesse “adiantada” na mordida.
Mordida cruzada posterior ou lateral
Já quando o problema da mordida cruzada acontece na parte de trás dos dentes, ela é denominada Mordida Cruzada Posterior e algumas coisas mudam. Se for só em um lado da boca (unilateral), a pessoa costuma mastigar mais justamente com o lado que está “cruzado”. É uma maneira que o corpo encontra para tentar compensar.
Mas, se o problema acontecer dos dois lados, o paciente não vai notar essa tendência. Em todo caso, essa condição pode causar desgaste irregular dos dentes e tensões musculares na mandíbula.
Mordida cruzada unilateral
A mordida cruzada unilateral acontece quando o encaixe errado dos dentes afeta somente um lado da boca. Isso significa que os dentes de cima ficam por dentro dos de baixo em apenas um lado (direito ou esquerdo).
Geralmente, isso faz com que a pessoa desvie a mandíbula ao fechar a boca para tentar morder melhor. Com o tempo, essa acomodação errada pode gerar assimetria facial e dor na articulação.
É um problema que não se corrige sozinho e precisa de tratamento para garantir o equilíbrio da mordida. O objetivo é que os dentes de cima voltem a ficar na posição correta, levemente por fora dos dentes de baixo.
Mordida cruzada bilateral
Esse tipo de mordida, chamado de cruzada bilateral, acontece quando o desencaixe entre os dentes de cima e de baixo se manifesta nos dois lados da arcada ao mesmo tempo.
Em outras palavras, nos dois lados, os dentes superiores ficam “por dentro” dos dentes inferiores. Por atingir os dois lados, ela não costuma causar aquele desvio lateral da mandíbula. O desafio aqui é restaurar o equilíbrio da mordida em toda a arcada.
Causas da mordida cruzada
A mordida cruzada surge de uma combinação de fatores hereditários e ambientais, que afetam o desenvolvimento dos maxilares desde a infância. Os genes determinam o formato ósseo, mas hábitos e traumas também desempenham papéis importantes nessa condição. Entenda como funciona abaixo.
Fatores genéticos
Sabia que, na maioria das vezes, o principal culpado pela mordida cruzada é a hereditariedade? Funciona assim: se os pais têm maxilares com tamanhos um pouco diferentes entre si, é bem provável que os filhos herdem essas mesmas características.
Olha que curioso: uma criança pode já nascer com o maxilar de baixo um pouco mais largo que o de cima, mesmo sem ter nenhum hábito ruim. Isso acontece porque o formato e o tamanho dos ossos do rosto são transmitidos geneticamente, do mesmo jeito que a cor dos olhos.
As anomalias ósseas congênitas também entram nesse grupo. São condições que aparecem bem no início, quando o bebê está se formando, e causam alterações no desenvolvimento dos maxilares.
Pense bem, se os ossos não se desenvolvem como deveriam desde o início, os dentes não vão conseguir se encaixar direito. É por isso que algumas crianças já nascem com uma predisposição para ter a mordida invertida.
Fatores ambientais e funcionais
Os hábitos da infância têm um impacto enorme no jeito que a mordida se desenvolve. Usar chupeta ou mamadeira por muito tempo, especialmente depois dos 3 anos, pode mudar bastante o crescimento dos ossos da boca.
Pense comigo: uma criança que usa chupeta até os 5 anos. A força que o objeto faz empurra os dentes de cima para trás. Ao mesmo tempo, a língua empurra os de baixo para frente. Isso está criado o cenário perfeito para a mordida cruzada.
A respiração pela boca constante também merece atenção especial. Crianças que respiram pela boca (por causa de rinite, por exemplo) acabam deixando a língua em uma posição mais baixa. Quando a língua não toca o céu da boca, ela não estimula o crescimento do maxilar superior como deveria.
Já reparou em quem fica com a boca sempre meio aberta? Esse jeito de respirar muda toda a musculatura do rosto e atrapalha o desenvolvimento ósseo. Outro ponto é a perda precoce de dentes de leite. Se um dente de leite cai muito cedo, os dentes vizinhos se movem e fecham o espaço. Assim, quando o dente permanente for nascer, ele simplesmente não vai ter o lugar certo para se encaixar.
| Hábito | Idade Crítica | Impacto no Desenvolvimento |
| Chupeta | Após 3 anos | Altera posição dos dentes anteriores |
| Chupar dedo | Qualquer idade | Pressiona maxilar superior para trás |
| Respiração bucal | Primeiros anos | Modifica crescimento facial |
| Interposição da língua | Durante dentição | Impede fechamento correto |
Outros fatores
Se o maxilar sofrer uma fratura enquanto a pessoa ainda está crescendo, isso pode mudar o desenvolvimento dos ossos para sempre.
O que acontece é que, quando uma criança tem um trauma no rosto, o crescimento natural dos ossos pode ser parado ou desviado. Isso faz com que um lado do maxilar acabe crescendo mais do que o outro, causando a mordida cruzada em apenas um lado (unilateral).
Até a postura errada tem sua influência. Crianças que vivem com a cabeça sempre inclinada ou dormem sempre do mesmo jeito podem desenvolver pequenas diferenças (assimetrias) no rosto. Causas mais raras, como tumores na região da boca, também podem acontecer. Eles podem pressionar os ossos em formação e causar deformidades.
A boa notícia é que, com um diagnóstico rápido, muitos casos podem ser tratados antes que a mordida cruzada se torne permanente. O segredo é identificar o problema o quanto antes e procurar um profissional especializado para te orientar.
Quais são os sintomas?
Os sintomas que indicam que o paciente pode ter mordida cruzada variam bastante. Os mais comuns incluem: dor de cabeça, barulhos ao abrir e fechar a boca, ter dificuldade de mover a mandíbula para um lado e sentir zumbido no ouvido.
Esse desalinhamento dos dentes também pode causar um desgaste maior do esmalte quando o paciente morde, o que leva àquela sensibilidade incômoda e, às vezes, até dor. Além disso, a mordida cruzada pode ser cruel com o tecido de suporte dos dentes. O contato errado entre eles pode causar a retração da gengiva e, em casos mais sérios, a perda do osso do maxilar.
Quais os problemas causados pela mordida cruzada?
Além de todos os desconfortos e sintomas que mencionamos, a mordida cruzada, se não tratada, pode causar uma série de problemas de saúde mais sérios. Estamos falando de dores na mandíbula, dentes que ficam mais soltos e gengivas que recuam. Com o tempo, isso pode levar a dentes lascados, muita sensibilidade e um desgaste irregular do esmalte.
E não é só isso. A mordida cruzada também pode trazer questões estéticas, causando uma leve assimetria no rosto. Isso, por sua vez, pode afetar a confiança e a autoestima de quem tem o problema. Mas o mais importante de tudo é: assim como outros problemas de encaixe da mordida, a mordida cruzada tem tratamento.
Como funciona o tratamento?
Apesar de nem toda mordida cruzada precisar de intervenção, é essencial fazer um estudo detalhado para ter certeza do diagnóstico e saber qual é o melhor tratamento. Quem geralmente cuida disso é o ortodontista, que costuma indicar o uso de aparelhos para corrigir a imperfeição.
Um dos aparelhos mais populares é o expansor dental. Ele é usado no começo do tratamento para “alargar” um pouco o maxilar. Ele pode ser usado por um ou dois meses para a expansão inicial, mas fica na boca por mais tempo para que a mandíbula se acostume com a nova posição.
Em muitos casos, o ideal é uma combinação de aparelhos e expansores para garantir que os dentes fiquem bem alinhados e espaçados. Os mais usados são: expansores (fixos ou removíveis) e o bom e conhecido aparelho tradicional.
Já para os adultos, que têm casos mais graves e nos casos em que o problema está nos ossos, pode ser recomendada a cirurgia ortognática. Ela serve para reposicionar os maxilares corretamente. Agora, se o problema for só em um ou outro dente isolado, uma prótese fixa pode resolver a situação.
Qual a melhor forma de tratamento?
Não existe existe um mesmo tratamento que funcione para todo mundo, já que a solução ideal varia para cada pessoa. A escolha do tratamento está totalmente ligada à fase em que o problema é descoberto. Se o diagnóstico acontece na infância, as opções são mais amplas e menos invasivas, e as chances de sucesso são bem maiores.
No caso dos adultos, os tratamentos ortodônticos sozinhos costumam ser menos eficazes. Em situações de mordida cruzada completa, a cirurgia ortognática geralmente oferece os melhores resultados. Por isso, só o dentista especialista em ortodontia, depois de analisar o caso com muito cuidado, pode decidir qual é o tratamento perfeito para o paciente.
Quando custa a correção para mordida cruzada?
O valor para corrigir a mordida cruzada varia muito, porque depende da complexidade do caso e do tipo de tratamento necessário. Para correções mais simples, geralmente feitas com aparelhos ortodônticos (como expansores), o custo inicial pode ficar na faixa de R$ 1.500 a R$ 3.500, mais os valores das manutenções mensais.
No entanto, se o problema for muito severo e envolver os ossos da face (o que é mais comum em adultos), o tratamento pode exigir uma cirurgia ortognática. Nesses casos, o custo total é bem mais alto, podendo ultrapassar os R$ 20.000 ou até R$ 100.000, dependendo da equipe médica e do hospital.
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Conclusão
A mordida cruzada é um desafio que vai muito além da aparência. Ela pode atrapalhar bastante a mastigação e até a saúde da articulação da boca. Essa condição é um desalinhamento entre os dentes de cima e os de baixo. Vale lembrar que o tratamento precoce é importante, principalmente nas crianças, quando a boca ainda está em fase de crescimento e é mais fácil fazer as correções.
Quando a mordida cruzada é bem tratada, é possível restabelecer a harmonia da mordida. Isso garante uma melhor qualidade de vida e evita problemas futuros na mandíbula. Para acompanhar conteúdos relacionados, aproveite para seguir o Codental no Instagram!