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Josiane Codental

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Doenças odontológicas

Herpes emocional: tudo que você precisa saber!

Herpes emocional

O herpes emocional é uma manifestação do vírus herpes simplex (HSV), comumente associada a surtos desencadeados por estresse emocional intenso ou outras situações que debilitam o sistema imunológico. 

Embora amplamente conhecida por suas manifestações nos lábios, essa condição pode gerar dúvidas sobre causas, transmissão, tratamento e como o dentista pode desempenhar um papel crucial no manejo.

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Pensando em te auxiliar no manejo da condição preparamos um artigo completo com tudo que você precisa saber sobre herpes emocional. Confira!

O que é o herpes emocional?

O termo “herpes emocional” refere-se a episódios de reativação do vírus herpes simplex desencadeados por fatores emocionais, como estresse, ansiedade ou cansaço extremo.

Dessa maneira, a manifestação mais comum ocorre na região dos lábios ou em torno da boca, conhecida como herpes labial, mas também pode surgir em outras áreas.

O Vírus Herpes Simplex (HSV)

É muito importante o dentista entender que existem dois tipos de vírus, sendo os principais vírus de HSV:

  • HSV-1: geralmente associado ao herpes labial e à região oral.
  • HSV-2: mais comumente relacionado ao herpes genital.

Após a infecção inicial, o vírus permanece latente nos gânglios nervosos, podendo ser reativado em situações de baixa imunidade ou estresse, o que caracteriza o chamado “herpes emocional”.

Herpes emocional é contagioso?

Uma dúvida muito comum entres os pacientes é sobre as formas de contágio. E sim, o herpes emocional é contagioso. 

Dessa maneira, o vírus pode ser transmitido por contato direto com as lesões ativas, saliva ou objetos contaminados. Mesmo sem a presença de feridas visíveis, período assintomático, há possibilidade de transmissão, embora essa seja bem menor.

Fatores de contágio:

Alguns fatores aumentam consideravelmente o risco de transmissão, dentre eles:

  • Contato direto com lesões ativas.
  • Uso compartilhado de talheres, copos ou itens de higiene.
  • Beijos ou contato íntimo durante surtos.

Entretanto, o risco é maior durante o período de lesões ativas e quando as bolhas estão em fase de rompimento.

Causas e fisiopatologia

A causa primária do herpes emocional é a reativação do HSV previamente adquirido. Portanto, fatores desencadeantes incluem:

  • Estresse emocional: a liberação de cortisol em excesso reduz a imunidade, favorecendo a replicação viral.
  • Baixa imunidade: resultante de doenças, cansaço ou má alimentação.
  • Exposição solar: que pode sensibilizar a pele e desencadear surtos.
  • Alterações hormonais: como as que ocorrem no ciclo menstrual.
  • Traumas locais: pequenos ferimentos nos lábios ou mucosa podem facilitar o surgimento das lesões.

Fisiologicamente, o vírus permanece inativo até que algum gatilho permita sua replicação e migração para a superfície da pele ou mucosas, gerando as típicas bolhas.

Por que o estresse reativa o vírus?

O estresse é um dos principais motivos de reativação do vírus do Herpes, sendo comum as crises em períodos conturbados. Isso se deve, pois, o estresse ativa o chamado eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), resultando em maior produção de cortisol, o hormônio do estresse. Dessa maneira, esse aumento de cortisol gera:

  • Imunossupressão: o sistema imunológico torna-se menos eficiente em conter o HSV.
  • Inflamação: um ambiente propício para a replicação viral.
  • Danos ao equilíbrio nervoso: facilitando a migração do vírus para as terminações nervosas próximas à pele ou mucosas.

Sinais e Sintomas

As manifestações clínicas mais comuns incluem, principalmente, o surgimento de pequenas bolhas agrupadas na região dos lábios, bochechas ou mucosa oral.

Além disso, é comum a sensação de ardência, formigamento ou coceira antes do surgimento das lesões. Vermelhidão e inchaço local, também podem se fazer presentes. 

Além disso, em casos graves, pode ocorrer febre, mal-estar e linfonodos inchados.

O herpes emocional geralmente segue um ciclo de evolução que inclui formação de bolhas, rompimento, formação de crostas e cicatrização.

Diagnóstico

O diagnóstico do herpes labial é frequentemente clínico, baseado na aparência característica das lesões. Entretanto, em casos de dúvida, é possível solicitar alguns exames de confirmação. 

Sendo assim, é possível solicitar exames laboratoriais, como cultura viral ou PCR, para confirmação. Além disso, também é possível solicitar exame sorológico para diferenciar HSV-1 de HSV-2.

Tratamento do herpes emocional

O tratamento do herpes emocional envolve aliviar os sintomas, acelerar a cicatrização e reduzir a frequência dos surtos. Dessa forma, o tratamento pode incluir:

Medicações Tópicas

As medicações geralmente utilizadas são cremes antivirais, como aciclovir ou penciclovir, aplicados diretamente nas lesões.

Medicações Sistêmicas

Antivirais orais, sendo os mais comuns o aciclovir, valaciclovir ou fanciclovir, utilizados em casos recorrentes ou graves.

Cuidados Gerais

Orientar os pacientes referente a alguns cuidados gerais é necessário. Dessa forma, oriente sempre manter os lábios hidratados, evitar exposição solar excessiva, utilizando protetor labial com FPS. Além disso, é importante não manipular as lesões para evitar infecção secundária.

O Papel do dentista no controle do herpes emocional

O dentista desempenha um papel essencial no manejo do herpes emocional, especialmente quando as lesões afetam a região oral e peri-oral. Dessa maneira, suas responsabilidades incluem:

  1. Diagnóstico diferencial: diferenciar o herpes de outras condições, como aftas ou lesões traumáticas.
  2. Orientação preventiva: fornecer dicas para evitar surtos, como proteção labial e manejo do estresse.
  3. Tratamento adjuvante: aplicar laserterapia de baixa intensidade para acelerar a cicatrização e aliviar a dor.
  4. Educação do paciente: explicar sobre a contagiosidade e os cuidados para evitar a propagação do vírus.
  5. Identificação de gatilhos: avaliar fatores que possam estar contribuindo para a reativação frequente, como traumas locais causados por próteses ou aparelhos.

Herpes emocional na boca

Quando o herpes emocional afeta diretamente a cavidade oral, pode causar:

  • Lesões dolorosas na mucosa da boca.
  • Dificuldade para comer ou falar.
  • Risco de infecção secundária por bactérias.

Nesses casos, o dentista pode recomendar antissépticos bucais, ajustes de próteses ou aparelhos que possam estar traumatizando a mucosa e medicações específicas.

Prevenção

Embora não exista cura definitiva para o herpes, é possível prevenir surtos com medidas simples, como:

  • Reduzir o estresse com atividades relaxantes.
  • Manter uma alimentação equilibrada e saudável.
  • Dormir bem e fortalecer a imunidade.
  • Evitar contato direto com lesões ativas.

O herpes emocional é uma condição comum, mas pode ser manejada de forma eficaz com a ajuda de um dentista qualificado. 

Dessa maneira, reconhecer os sinais precocemente, evitar gatilhos e seguir o tratamento adequado são passos essenciais para minimizar os surtos e melhorar a qualidade de vida. Além disso, o dentista tem um papel fundamental na orientação e cuidado, oferecendo suporte integral ao paciente.

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