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Josiane Codental

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Doenças odontológicas

Mordida cruzada em crianças: saiba tudo sobre a condição

mordida cruzada criança

A mordida cruzada em crianças é um problema comum encontrado nos pequenos, sendo caracterizada por uma distorção do sorriso causada pelo desalinhamento dos dentes. Confira tudo sobre esse problema.

O que é mordida cruzada

A mordida cruzada é popularmente conhecida como mordida invertida. Ela é caracterizada quando existe um trespasse negativo entre arcadas superior e inferior. Ou seja, quando os dentes estão em oclusão, os dentes inferiores ficam vestibularizados em relação aos superiores

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Esta má oclusão é relativamente frequente, podendo acontecer na região anterior, na região posterior em um dos lados, ou nos dois lados.

A mordida cruzada está muito presente na população adulta, pois esse grupo de pacientes não realizou tratamento adequado na infância, quando o problema normalmente aparece.

Tipos de mordida cruzada

Mordida cruzada anterior

A mordida cruzada anterior é uma má oclusão caracterizada por um trespasse horizontal negativo dos dentes anteriores. 

Elas podem ser de natureza dentária (quando há apenas uma alteração na inclinação vestíbulo-lingual) ou esquelética(quando relacionada a uma discrepância de tamanho das bases ósseas).

Esse tipo de mordida cruzada acontece quando os dentes da frente da arcada inferior encobrem os da arcada superior. Dessa maneira, quando a boca se fecha, os dentes de baixo acabam ficando mais adiante.

Mordida cruzada posterior

A mordida cruzada posterior, é uma má oclusão caracterizada pela relação vestíbulo-lingual anormal, de um ou mais dentes da maxila, em relação à mandíbula. Com isso, os dentes posteriores inferiores ficam “por fora”, em relação os dentes posteriores superiores.

Assim como a mordida cruzada anterior, podem ser de origem dentária ou esquelética.

Principais causas da mordida cruzada em crianças

A etiologia dessa má oclusão pode ser atribuída a fatores hereditários, ambientais e hábitos deletérios. Causas adicionais incluem: assimetria de crescimento de mandíbula e/ou maxila, discrepância da largura basilar da maxila ou mandíbula, perda prematura ou retenção prolongada de um dente decíduo, falta de espaço, respiração bucal, crescimento anômalo dos dentes, postura incorreta, dentre outros.

Sobre as principais causas da mordida cruzada:

  • Quando existe genética para que a mandíbula seja mais larga que a maxila;
  • Atraso na erupção dentária;
  • Hábitos deletérios, como a sucção digital, onicofagia, uso de mamadeira. 

Além disso, quando existe algum problema anatômico, no nariz ou garganta, como aumento das amígdalas, a criança pode passar a respirar pela boca e, resultando na posição mais elevada da língua, prejudicando o desenvolvimento do maxilar.

Qual a melhor idade para tratar mordida cruzada

A criança com mordida cruzada deverá ser avaliada por um ortodontista. Entretanto, a idade recomendada para tal, deve ser por volta dos cinco anos. Dessa maneira, o profissional verificará se esta mordida cruzada se deve à inclinação incorreta dos dentes, ou se é um problema ósseo, necessitando de intervenção imediata.

Como tratar a mordida cruzada em crianças

O tratamento em crianças durante a fase da dentição mista é importante, pois com ele, será possível o reposicionamento correto dos dentes e bases ósseas. Dessa forma, o tratamento precoce contribui para um crescimento e desenvolvimento adequado do sistema estomatognático. Dessa maneira, se reduz a necessidade de tratamentos mais complexos na dentição permanente.

Se a criança chegar já com dentição mista, a utilização de aparelhos ortopédicos funcionais se fará necessário. É importante ressaltar que os aparelhos utilizados na ortopedia funcional dos maxilares, trabalham com estímulos neuromusculares e neurais, objetivando promover estímulos corretos, que culminarão com uma resposta óssea adequada.

Na mordida cruzada posterior, dependendo da idade da criança, o tratamento pode consistir apenas em exercícios simples para o posicionamento dos dentes em seu local correto. Quando maiores, ajustes oclusais podem ser necessários. Entretanto, se não for suficiente, podem ser utilizadas as pistas diretas planas, que se trata da colocação de resina em dentes de leite, que levam à mudança de postura da mandíbula.

Já a ortopedia funcional dos maxilares, remove as interferências indesejáveis durante o período de crescimento e desenvolvimento do sistema estomatognático, representado pelos ossos da face, maxilares, músculos, articulações, sistema circulatório e sistema nervoso. Dessa maneira, ela atua agindo diretamente no sistema neuromuscular, uma vez que ele comanda o desenvolvimento ósseo, e promove estímulos desejáveis para propiciar as funções da maneira adequada.

Associada à odontopediatra, ela consegue fazer um excelente trabalho na identificação dos sinais e sintomas relacionados às más oclusões.  Quanto mais precoce for o diagnóstico e a correção das más oclusões, menos problemas teremos no complexo craniofacial da criança, visto termos, nessa fase, uma grande plasticidade óssea.

Aparelhos para correção de mordida cruzada

Existem vários aparelhos que podem ser utilizados para o tratamento da mordida cruzada posterior: aparelhos removíveis, Hyrax, Hass, Quad-Hélix.

Já as mordidas cruzadas anteriores, necessitam de uma minuciosa avaliação, onde é preciso identificar se há alteração da inclinação dos dentes ou alteração de crescimento ósseo. Os aparelhos utilizados são: placas removíveis com molas digitais, a combinação de aparelho expansor com máscara facial, Progênico, dentre outros.  

Para o tratamento da mordida cruzada posterior unilateral, é indicado o disjuntor fixo do tipo Hyrax. Pois, esse tipo de aparelho proporciona a abertura da sutura palatina e a expansão rápida da maxila, fazendo com que a mordida descruze.

Consequências da falta do tratamento precoce

Na infância, a mordida cruzada pode atrapalhar o crescimento dos ossos da face, refletindo no desenvolvimento da fala, mastigação correta e respiração. 

Caso não haja tratamento, na idade adulta a mordida cruzada pode deixar sequelas indesejáveis, como assimetrias ósseas, problemas articulares, aumento do risco de retração gengival, desgastes dos dentes ou até mesmo a perda deles, mordidas acidentais frequente das bochechas, aumento de incidência de cárie e doença gengival, dor na região do pescoço e ombros, além da diminuição da autoestima do paciente, por ser um problema que envolve a estética.

Em alguns casos a mordida cruzada pode até causar o surgimento de dor de cabeça frequente. Assim, o sintoma ocorre especialmente devido à contração constante do músculo da mandíbula, que acaba ficando muito tenso e dolorido, irradiando a dor para a cabeça. Dessa forma, aliado a essa contração muscular, pode haver o ranger dos dentes, conhecido como bruxismo.

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