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Josiane Codental

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Tratamentos odontológicos

Fibrina: saiba tudo sobre seu uso na odontologia

Fibrina

A fibrina é um tipo de proteína indispensável na cascata de coagulação sanguínea e no processo de sangramento, sendo a proteína pioneira em processos de dano nas estruturas do corpo.

Nesse contexto, ela se torna fundamental no combate a hemorragias onde se encontra ricamente nas plaquetas, sendo uma das principais proteínas desse tipo celular. Além de sua atuação, vem acompanhada de várias moléculas bioativas que atuam com sua mesma função.

A matriz da fibrina é obtida pelo processamento de coleta sanguínea, seguida de centrifugação. Após isso, ocorre a utilização dessa fibrina nos tecidos da boca.

Isso se deve ao fato de que essa proteína, tem ótimas propriedades de reparo tecidual, atuando no processo de regeneração óssea e cicatrização de feridas.

Você dentista que deseja entender mais sobre a utilização da fibrina, bem como seus benefícios em diversos tratamentos odontológicos, siga o artigo abaixo e tire já suas dúvidas!

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Como a fibrina atua?

As moléculas de fibrina no corpo, formam fios longos e uma fina malha ao redor da lesão, dependentes de trombina e fibrinogênio. Como resultado, essa malha estanca o sangue atraindo vários tipos de células (principalmente glóbulos brancos e plaquetas) para a região afetada, formando uma espécie de tampão no local.

Nesse contexto, há uma matriz provisória para as células poderem reorganizar-se, proliferarem-se e desempenharem suas funções nos locais lesionados ou inflamados. Fixando fatores de crescimento e concentrando-os no local da lesão.

Sendo assim, o processo de cicatrização depende de:

Fibrina

Proteína fibrosa envolvida na cascata de coagulação do sangue.

Plaquetas

Responsáveis pela liberação dos fatores de coagulação sanguínea, que estão envolvidos no processo de cicatrização.

Fatores de crescimento

Proteínas que estimulam a ativação da proliferação celular que aceleram o processo de cicatrização.

Quando ocorre alguma lesão, as moléculas de fibrina se unem no local e produzem uma malha fina ao redor do local. Essa malha aprisiona as plaquetas e os fatores de crescimento, que permitem que as células se multipliquem e regenerem o tecido lesionado.

Em contexto odontológico, a fibrina é utilizada na forma de fibrina rica em plaquetas (ou PRF), promovendo adesão, fixação, migração e proliferação celular. Dessa forma, são empregadas em pequenos enxertos ósseos para implantes dentários e vários tipos de cirurgias odontológicas, como objetivo de renovação tecidual.

Curiosamente, devido a suas propriedades de cicatrização e regeneração, usa-se muitíssimo a fibrina nas áreas médicas de ortopedia, neurologia e cirurgia plástica.

Fibrina na ferida

A fibrina é uma proteína insolúvel produzida naturalmente pelo corpo durante a fase de coagulação do processo de cicatrização. Dessa maneira, a formação do coágulo, que contém fibrina, ajuda a fechar a ferida, iniciando o processo de cicatrização.

Formação da fibrina e processo de cicatrização

No corpo produz-se fibrina somente mediante a lesão vascular endotelial. Nesse processo de lesionamento tecidual, vários componentes estão associados, como: plaquetas, proteínas de coagulação (como a fibrina), vasos sanguíneos e anticoagulantes.

Quando ocorre uma lesão ou ferida, uma cascata de reações moleculares desencadeia-se, a fim de fechar a lesão vascular. Nesse processo ocorre a atuação das plaquetas.

A função celular dessas plaquetas atuantes não está somente relacionada a cessar a hemorragia, mas colaboram também para regeneração tecidual. Isso se deve, pois as plaquetas liberam fibrinogênio e enzimas fibrinogênicas nas áreas feridas, o que liberará, posteriormente, mediadores regenerativos. O fibrinogênio polimeriza-se em fibrina, formando a já citada rede densa de fibras que sela a ferida.

Além do selamento da ferida, há a formação de coágulo que ativam células vasculares promovendo a mobilização plaquetária para o reparo tecidual.

O reparo tecidual desenvolve-se a partir dos fatores de crescimento presentes nas plaquetas que estimulam células locais e distantes a migrarem para o local da lesão, cicatrizando-a posteriormente.

Processo cicatricial bucal com fibrina

A fibrina, portanto, está relacionada tanto ao processo cicatricial, quanto a liberação de substâncias. Essa relação e os processos estão presentes em qualquer parte do corpo, incluindo a boca.

Nesses casos são onde o profissional da odontologia pode atuar com a fibrina a fim de cicatrizar eventuais feridas presentes nas regiões bucais de seus pacientes.

Preparação e obtenção da fibrina rica em plaquetas

Fibrina rica em plaquetas

A coleta da fibrina para realização de procedimentos de cicatrização de lesões bucais, ocorre geralmente por meio da obtenção da matriz de fibrina (PRF).

Para a realização desse procedimento, é necessário primeiramente ter treinamento para tal e possuir uma centrífuga. Por isso é necessário um técnico em enfermagem ou outro profissional com treinamento para tal.

O protocolo para obtenção do PRF final é simples. Usa-se uma amostra de sangue autóloga do paciente, obtida sem anti-coagulante em tubos de 10 ml, após esse processo o sangue é centrifugado a 3000 rpm por 10 minutos.

Antes da realização do procedimento cirúrgico recolhesse-se imediatamente a amostra de sangue.

Após esses procedimentos realizados, o dentista já está apto a realizar seus procedimentos com a matriz de fibrina pronta. A ampola estará dividida em três fases, a primeira contendo plasma, a segunda contendo PRF e a terceira contendo células vermelhas do sangue.

Cabe citar que como a amostra de sangue é autóloga (do próprio paciente), não há riscos de reações imunológicas ao sangue. Ademais, a manipulação direta do sangue é mínima.

Tratamentos odontológicos que utilizam PRF

Utiliza-se o PRF na cirurgia buco maxilofacial, periodontia e implantodontia devido a suas propriedades intrínsecas bem estabelecidas e sua aplicação clínica eficaz. Está presente nesses procedimentos por estar relacionada ao reparo tecidual e regeneração óssea. O PRF nesses procedimentos pode auxiliar em:

  • Aumento da taxa de regeneração tecidual;
  • Hemostasia
  • Aderência do material ao enxerto;
  • Indicado para procedimentos onde a maturação e crescimento ósseo são necessários; como na estabilização de enxertos e na implantodontia.

Fibrina é bom ou ruim?

Ressalta-se que o excesso de fibrina é prejudicial à saúde, pois pode causar trombose. Entretanto, sua deficiência pode também causar hemorragias. Isso se deve, pois disfunções hepáticas na produção de fibrinogênio podem causar esses níveis alterados de fibrina. Além disso, alterações genéticas podem também estar relacionadas a disfunções nas concentrações de fibrina, sendo assim é importante se atentar a esses casos.

Em grosso modo, pequenas quantidades de fibrina são consideradas benéficas, pois resultam na estabilização do coágulo e promovem aderência nas bordas da ferida. Entretanto, um excesso de fibrina na ferida pode retardar a cicatrização e promover maior risco de infecção, atuando como uma barreira que impede o crescimento de novas células e o correto processo de cicatrização.

Contraindicações e riscos de utilização do PRF

No caso de ser usado como substituto para enxertos de tecido conjuntivo, os resultados de trabalho mostram que o PRF não promove um recobrimento radicular adequado, sendo assim não pode ser usado com essa finalidade.

Conclusão

Devido a sua capacidade cicatricial e regenerativa o PRF foi um elemento-chave na odontologia quando implementado em cirurgias e procedimentos odontológicos que requerem uma regeneração tecidual adequada.

A utilização de PRF na clínica odontológica tem trazido resultados muito promissores, desde redução de pequenos focos hemorrágicos, até reparações incríveis, mediante sua utilização em enxertos gengivais. Entretanto, a fim de verificar a eficácia do PRF a longo prazo, mais estudos devem ser empreendidos.

Dessa forma é de fundamental importância que os profissionais da odontologia saibam das funções da fibrina bem como suas utilizações nos procedimentos odontológicos.

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