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Josiane Codental

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Doenças odontológicas

Estalos na mandíbula: tudo que você precisa saber

Estalos na mandibula

Estalos na mandíbula ocorrem com frequência, porém como normalmente não são acompanhados de dor, muitos pacientes não buscam ajuda profissional para tratar especificamente este caso, sendo assim, é muito importante ser observado na anamnese, para descobrir exatamente por que isso acontece e como orientar corretamente seu paciente.

Quais são as causas dos estalos mandibulares? Qual a melhor forma de tratamento?

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Neste artigo vamos explicar tudo que você precisa saber sobre o tema.

Quais as principais causas dos estalos na mandíbula?

Para entendermos as causas precisamos revisar a anatomia dos maxilares. Esta é composta por dois ossos: o osso maxilar e o osso mandibular, os dois são conectados através da articulação temporomandibular (ATM).

A ATM possui um disco articular fibrocartilaginoso que impede o atrito entre a mandíbula e o osso do crânio durante os vários movimentos mandibulares:

  • Deglutição;
  • Mastigação;
  • Fala;
  • Bocejar;

No movimento de abertura, o côndilo gira sobre si mesmo e avança, e o disco articular segue o movimento enquanto avança.  Diferentes músculos permitem movimentos da mandíbula ao redor dessa articulação, em três dimensões: da frente para trás, da esquerda para a direita, de baixo para cima.

Afinal, por que acontecem os estalos na mandíbula?

O ruído articular está relacionado ao deslocamento anterior deste disco articular durante a abertura da boca, conhecido como luxação discal com recaptura, geralmente não é grave, porém mostra que algo não está funcionando corretamente. 

Quando a boca está fechada, o disco não está mais interposto entre a mandíbula e o crânio; quando reabrimos a boca, o disco volta ao seu lugar, entre o côndilo e o osso do crânio. O estalo da mandíbula corresponde justamente à passagem do côndilo sob o disco articular. Esse estalo se manifesta por uma sensação de que a mandíbula está bloqueada.

Causa dos estalos na mandíbula

Alguns indivíduos são mais propensos a desenvolver deslocamento de disco e as causas mais comuns são:

  • Trauma: traumas na face podem ocasionar o deslocamento ou mau posicionamento da articulação. Os traumatismos diretos, traumatismos por chicote, traumatismos em galho verde de infância, aonde até os 10-12 anos a cartilagem da cabeça da mandíbula ainda está em formação.
  • Doenças autoimunes,
  • Bruxismo: O bruxismo causa um estresse excessivo na articulação, podendo causar o deslocamento do disco. Ranger os dentes tanto lateralmente (bruxismo excêntrico) como apertar os dentes (bruxismo cêntrico), ambos são prejudiciais para a articulação.
  • Má oclusão dentária: dentes mal posicionados, ou a ausência dos dentes provocam uma movimentação incorreta da articulação e consequente sobrecarga.
  • Anormalidades anatômicas da mandíbula: A mandíbula pode estar posicionada muito para trás (retrognatia), muito para frente (prognatia) ou desviada para um lado (laterognatia).
  • Um distúrbio postural: Alguns especialistas acreditam que para compensar a má postura e garantir estabilidade da cabeça a mandíbula age como um pêndulo, sendo assim, tem a musculatura e ligamento sobrecarregados.
  • Infecções bacterianas,
  • Artrite.

Quais são os sintomas associados?

Os estalos na mandíbula normalmente ocorrem no momento da abertura bucal. Dessa forma, pode ser apenas o barulho, mas também a sensação de algo na mandíbula “se mexendo”. Esse fenômeno pode ocorrer isoladamente, sem nenhuma dor ou desconforto, ou regularmente, podem ser observados outras manifestações como:

  • Dor nas articulações na frente da orelha;
  • Dificuldade para abertura bucal;
  • Dor de cabeça;
  • Dores ou alterações auriculares;
  • Sensibilidade dos músculos da mandíbula.

Complicações que podem ser ocasionadas caso não ocorra o tratamento

Se não ocorrer o diagnóstico e quando necessário o tratamento correto, a disfunção pode evoluir e gerar problemas ainda mais graves como, por exemplo, a síndrome de Costen.

Sintomas mais severos:

  • Dor nas articulações ao abrir e fechar a boca;
  • Diminuição da mobilidade da mandíbula;
  • Dor de ouvido;
  • Zumbido no ouvido;
  • Dores de cabeça;
  • Vertigens
  • Crepitações;
  • Bloqueio da mandíbula.

Como tratar os estalos na mandíbula?

O tratamento é baseado em sanar ou amenizar a causa, portanto o primeiro passo é uma boa anamnese para verificar a origem e se os estalos provocam desconforto, uma incapacidade diária ou alterações em outras áreas do corpo.

Exames de imagens são bons auxiliares para os casos mais graves. Para o estudo das estruturas internas e tecidos moles da ATM, a imagem por ressonância magnética é o exame de escolha. Através desta técnica a posição exata dos discos articulares pode ser detectada, bem como a homogeneidade dos mesmos, o grau de distensão ou ruptura dos ligamentos, a presença de edema, necrose medular e outras manifestações patológicas, permitindo o planejamento da abordagem terapêutica.

Para o estudo das estruturas ósseas utiliza-se a tomografia computadorizada como a escolha mais correta, podendo assim visualizar o contorno e cortical nos mínimos detalhes, já o disco articular aparece como uma imagem com densidade muito fraca.

O tratamento pode ser baseado em:

  • Assistência odontológica: problemas oclusais são causas muito comuns, portanto ajustes oclusais, confecção de próteses ou implantes podem sanar o problema.
  • Tratamento ortodôntico na presença de má oclusão;
  • Tratamento do bruxismo: neste caso, além do uso de placas mio-relaxantes, principalmente à noite, será necessário verificar a causa do bruxismo, o que normalmente envolve o controle de estresse.
  • Fisioterapia mandibular, para aprender a relaxar os músculos da mandíbula e da deglutição.
  • Estimulação elétrica da musculatura;
  • Cirurgia Ortognática: em caso mais graves e quando há mau posicionamento da mandíbula.
  • Correção postural: nos casos de desequilíbrio postural, as técnicas manuais como a osteopatia podem também contribuir, por via de manipulações intra ou extra-orais, para a eliminação de determinados bloqueios, mas também para o restabelecimento do bom equilíbrio geral do corpo;

Estudos relatam que 90% dos casos são amenizados com tratamento conservadores e preventivos.

Conclusão

Os estalos na mandíbula ocorrem devido ao deslocamento anterior do disco articular da articulação temporomandibular, conhecido como luxação discal com recaptura. Dessa forma, o estalo da mandíbula corresponde justamente à passagem do côndilo sob o disco articular. Esse estalo se manifesta por uma sensação de que a mandíbula está bloqueada.

Normalmente não é grave, mas é necessária uma anamnese minuciosa para verificação da necessidade ou não de tratamento. Sendo assim, o tratamento é voltado para sanar ou amenizar a causa observada na anamnese e nos exames clínicos.

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