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Josiane Codental

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Doenças odontológicas

Doenças de língua: como diagnosticar e tratar

Doenças na língua

É comum que profissionais da odontologia recebam em seus consultórios e diagnostiquem doenças na língua. Assim sendo, o profissional deve saber que estas são caracterizadas por anormalidades no músculo, promovendo alterações no dia a dia do paciente. Isso faz com que estes procurem um dentista. Ainda, as causas de doenças na língua são variadas, assim como sua sintomatologia e tratamento. Por isso, é fundamental que o profissional conheça as doenças a fim de realizar o correto diagnóstico ou encaminhar para especialista adequado.

Conduta do profissional da odontologia

Diante da variedade de doenças que podem acometer a língua, o dentista precisa conhecer estas para identificar os sintomas no paciente. Algumas destas podem ser diagnosticadas apenas com exame clínico, como a afta. Contudo, outras demandam exames laboratoriais. Portanto, o profissional deve saber identificar os sintomas e solicitar os exames para confirmação, quando necessário.

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Além disso, o dentista deve estar ciente do limite da sua profissão, sabendo que algumas doenças não podem ser diagnosticadas por ele. Desta forma, outro importante passo durante a consulta é informar corretamente ao paciente qual profissional da saúde pode auxiliá-lo no tratamento, quando este não puder realizá-lo.

Afta

Em primeiro lugar, sabe-se que a afta é uma lesão que pode atingir toda a cavidade bucal, inclusive a língua. No entanto, por mais que não apresente grandes riscos ao paciente, sua presença é incômoda para o afetado. 

Causas:

  • Consumo de alimentos ácidos;
  • Deficiência nutricional de vitaminas, como a B e C;
  • Imunidade baixa;
  • Uso de medicamentos (antibióticos ou corticóides).

Sintomas:

  • Presença de lesão circular avermelhada ou esbranquiçada;
  • Inchaço e dor ao consumir alimentos, principalmente os ácidos.

Tratamento:

  • Normalmente desaparece sozinha dentro de poucas semanas;
  • Uso de medicamentos tipo pomada;
  • Diminuição do consumo de alimentos ácidos;
  • Uso de laser.

Úlceras traumáticas

Primeiramente, as úlceras traumáticas são comumente confundidas com afta, dado que apresentam os mesmos sintomas. No entanto, a causa das duas se difere. Por fim, essas lesões podem atingir toda a cavidade oral, incluindo a língua.

Causas:

  • Está relacionada a um trauma que gera uma irritação cuja fonte pode ser física, química, térmica ou elétrica.

Sintomas:

  • Os mesmos da afta.

Tratamentos:

  • Corticoides tópicos (Omcilon-A em Orabase);
  • Bochecho com enxaguante bucal antibacteriano.

Língua geográfica

A língua geográfica é caracterizada pelo aparecimento de manchas vermelhas no dorso da pele que podem migrar de lugar ou mudar sua forma. Do mesmo modo, esta condição pode também ser conhecida como glossite migratória benigna. Assim sendo, esta consiste na perda das papilas filiformes que compõem a língua, desprotegendo a região.

Causas: 

  • Genética;
  • Deficiência de vitaminas;
  • Estresse emocional;
  • Psoríase (manchas avermelhadas cobertas de escamas esbranquiçadas);
  • Alergia;
  • Desregulação hormonal;
  • Diabetes descontrolada.

Sintomas:

  • Nem todos acometidos apresentam sintomas;
  • Manchas vermelhas na língua;
  • Dor na língua ao ingerir alimentos picantes ou salgados.

Tratamento:

  • As manchas podem desaparecer por conta própria;
  • Analgésicos em spray para alívio da dor;
  • Evitar consumo de condimentos picantes.

Candidíase oral

A candidíase oral é também conhecida como sapinho e consiste na presença do fungo Candida albicans na cavidade bucal, com sua multiplicação acelerada em momentos de baixa imunidade. Dessa forma, esta condição pode afetar indivíduos nas mais diversas faixas etárias, desde bebês até idosos. Do mesmo modo, a doença na língua consiste no aparecimento de manchas esbranquiçadas no músculo, podendo afetar também a gengiva. 

Causas:

  • Alterações na resposta imunológica do paciente;
  • Má higienização das dentaduras;
  • Uso de medicamentos imunossupressores ou corticóides;
  • Pacientes em tratamento de câncer;
  • Portadores do vírus HIV.

Sintomas:

  • Dor;
  • Vermelhidão;
  • Placas esbranquiçadas na língua;
  • Mau hálito;
  • Alterações do paladar.

Tratamento:

  • Uso de medicamento antifúngico, como a nistatina;
  • Uso de antisséptico tópico, como o bochecho com lorexidina 0,12%;
  • Manter sistema imunológico funcionando corretamente.

Língua preta pilosa

A língua preta pilosa ocorre quando a queratina se acumula no dorso da língua, mudando sua cor. Assim sendo, esta, além de toda sintomatologia, altera a aparência da língua e consequentemente a autoestima do paciente.

Causas:

  • Tabagismo;
  • Consumo excessivo de café e chá;
  • Má higiene bucal;
  • Infecções fúngicas ou bacterianas.

Sintomas:

  • Língua com cor acastanhada;
  • Mau hálito;
  • Náuseas;
  • Boca com gosto metálico.

Tratamento:

  • Antibiótico ou antifúngico;
  • Correta higiene bucal (escovação e raspador de língua).

Síndrome da boca ardente

A síndrome da boca ardente é uma patologia cujas causas não são muito bem compreendidas pelos profissionais de saúde. Por isso, seu diagnóstico é difícil e feito quando todas as outras suspeitas já foram descartadas. Esta síndrome atinge principalmente mulheres no período de menopausa.

Causas:

  • São incertas, mas podem estar relacionadas a ansiedade ou depressão, diabetes, refluxo gastroesofágico e menopausa. Além disso, pode ainda surgir depois de uma síndrome da boca seca.

Sintomas:

  • Dor/queimação na mucosa oral (incluindo língua) que piora com alimentos quentes ou condimentados;
  • Alteração no paladar;
  • Dormência e gosto amargo na boca;
  • Sensação de boca seca.

Tratamento:

  • Ingerir bebidas geladas ou chupar gelo;
  • Evitar cigarro e álcool;
  • Ácido alfa lipóico;
  • Fitoterápicos;
  • Analgésicos e antiinflamatórios;
  • Tratamento psicológico.

Língua fissurada

A língua fissurada, também chamada de língua escrotal, pode não apresentar sintomas, mas se caracteriza pela formação de sulcos e fissuras na língua.

Causas:

  • São incertas, mas pode estar relaciondo a síndromes como a de Down, acromegalia ou psoríase.

Sintomas:

  • Rachaduras no dorso da língua.

Tratamento:

  • Manter higienização bucal.

Macroglossia

A macroglossia é a condição na qual o paciente apresenta uma língua com tamanho maior que o usual. Isso altera a fala e respiração do paciente, assim como o ato de ingerir alimentos. Além disso, o diagnóstico pode ser feito nos primeiros anos de vida nas condições cujas causas são heranças genéticas. Contudo, nos casos nos quais o paciente adquire a macroglossia durante a vida adulta, é responsabilidade do cirurgião dentista diagnosticar a condição.

Causas:

  • Síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21);
  • Amiloidose (acúmulo de amilose em alguns órgãos, como coração e figado);
  • Acromegalia (produção excessiva de hormônio do crescimento);
  • Hipotireoidismo (produção insuficiente do hormônio da tireoide);
  • Síndrome de Beckwith-Wiedemann;
  • Herança hereditária isolada.

Sintomas:

  • Sensação de língua grande;
  • Projeção da língua para fora da cavidade bucal;
  • Desalinhamento dos dentes.

Tratamento:

  • Depende da causa da macroglossia;
  • Acompanhamento com fonoaudiólogo;
  • Terapia ortodôntica para correção da posição dos dentes;
  • Glossectomia parcial.

Pênfigo vulgar

Pênfigo vulgar é uma doença autoimune rara e grave que ataca membranas, sendo considerada um problema intraepidérmico. Assim, esta consiste na reação excessiva das células, que acabam se destruindo, diminuindo a imunidade do paciente. Outrossim, é caracterizada pela formação de bolhas na mucosa oral, incluindo a língua. Assim sendo, estas, quando estouram, podem se espalhar pelo corpo, atingindo outros locais como garganta, tronco, rosto e genitais.

Assim sendo, a doença não é transmitida pelo contato. Contudo, se houver o contato de uma pessoa com as feridas expostas, esta pode transmitir uma irritação.

Causas:

  • Genética;
  • Estresse.

Sintomas:

  • Presença de bolhas na cavidade oral ou na pele;
  • Dificuldade para se alimentar;
  • Dor nas feridas.

Tratamento:

  • Corticóides;
  • Imunossupressores;
  • Antibiótico.

Câncer de língua

Conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA), câncer é a definição de mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que compartilham a mesma característica, que é o crescimento desordenado de células capazes de invadir outros tecidos e órgãos.

O câncer de língua tem como grupo de risco, principalmente, homens tabagistas com mais de 50 anos.

Causas:

  • Vírus HPV;
  • Tabagismo;
  • Etilismo;
  • Genética. 

Sintomas:

  • Dor na garganta crônica e presença de ínguas;
  • Desconforto para se alimentar;
  • Manchas que não desaparecem;
  • Sangramentos;
  • Mau hálito;
  • Incômodo na mandíbula e nos lábios;
  • Percepção de língua dormente;
  • Rouquidão.

Tratamento:

  • Intervenção cirúrgica para retirada das células cancerígenas;
  • Quimioterapia e radioterapia.

Outros profissionais que cuidam das doenças de língua

O profissional da odontologia pode diagnosticar e tratar integralmente algumas das patologias citadas. Contudo, algumas precisam de encaminhamento para outros profissionais da saúde. Portanto, torna-se fundamental que o dentista entenda seus limites profissionais e encaminhe seu paciente, sempre que necessário, para outro profissional que seja responsável pelo tratamento de certas condições.

Sendo assim, além do cirurgião dentista, os otorrinolaringologistas e gastroenterologista também podem diagnosticar e tratar algumas doenças de língua. Contudo, vale ressaltar que a especialidade envolvida varia conforme a patologia.

Um exemplo disso é o pênfigo vulgar, que deve ser diagnosticado e tratado por um dermatologista. Por ser uma doença autoimune, demanda que o dentista saiba da possibilidade desta ser a causa do problema e encaminhe o paciente para uma consulta com o médico responsável pelo tratamento deste tipo de doença. Ainda, por outro lado, condições como a macroglossia podem necessitar de tratamento com outro profissional da saúde, o fisioterapeuta.

Dessa forma, fica evidente as diversas doenças que podem acometer a língua e as especialidades envolvidas em cada uma destas. 

O papel do profissional da odontologia, nestes casos, é se atentar aos sintomas relatados pelo paciente, assim como seu histórico e o aspecto da lesão, levando a um diagnóstico ou encaminhamento. Enfim, o importante é que, independente do profissional a realizar o acompanhamento, o paciente seja tratado, a fim de evitar complicações graves.

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