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Josiane Codental

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Tratamentos odontológicos

Condicionamento ácido em dentina: tudo o que você precisa saber

condicionamento acido em dentina

O condicionamento ácido em dentina é um procedimento muito utilizado em pacientes que passaram por uma restauração dentária. Isso porque ele permite uma maior aderência aos materiais restaurados às estruturas dos dentes. Pensando nas diversas dúvidas que o tema envolve, preparamos um texto completo sobre o assunto!

Surgimento do condicionamento ácido em dentina

É claro que todos queremos manter um belo sorriso pelo período mais longo possível. Porém, em razão de diversas circunstâncias, em dado momento, algumas pessoas precisam passar por algum procedimento de restauração dentária.

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Um dos problemas da dentística restauradora era a falta de aderência dos materiais restauradores às estruturas dentárias. Pois, permitia uma infiltração marginal, que leva à descoloração marginal, fraturas marginais, reincidência de cárie, sensibilidade pós-operatória e reações.

Assim, se faz necessário, nestes casos, realizar o condicionamento ácido para garantir este sorriso saudável.  Através da introdução da técnica do condicionamento ácido do esmalte por Buonocore, criou-se uma nova perspectiva nos procedimentos restauradores, dando início à odontologia adesiva e aos testes do condicionamento ácido total, que engloba a dentina.

Quando é indicado a realização do processo?

No caso, o condicionamento ácido é um procedimento odontológico que permite a recomposição do dente após sofrer uma fratura ou uma cárie, possibilitando que o mesmo ganhe de volta a sua forma natural, função, alinhamento e sua estética. Sendo assim, o processo é indicado para pacientes que passam por algum tipo de processo de restauração dentária.

Além de um adequado desempenho adesivo imediato, as interfaces produzidas nas restaurações aderidas aos substratos dentários (esmalte e dentina) devem apresentar estabilidade, garantindo a funcionalidade e proteção biológica promovidas por essas restaurações. Dessa forma, diferentes alternativas são investigadas com o intuito de produzir interfaces adesivas menos susceptíveis à biodegradação imposta pela cavidade bucal, uma vez que esse ambiente oferece grandes impasses, tais como alterações de temperatura, umidade constante, esforços mastigatórios e reações químicas.

Com o sucesso do condicionamento ácido no esmalte, começou-se a aplicação desta técnica de condicionamento ácido em dentina, como uma maneira efetiva para obter uma melhor adesão. Recentemente os sistemas adesivos estão apresentando um melhor desempenho aumentando o nível de sucesso clínico.

Dito isso, alguns autores defendem que o condicionamento da dentina causa a remoção completa de Smear Layer*, facilitando a infecção de bactérias devido à facilitação da entrada desses agentes em razão da degeneração do tecido, atingindo e inflamando a polpa.

*Smear Layer: é uma camada que envolve basicamente restos de partículas micro-cristalinas e orgânicas. Micro-fragmentos ou micro-detritos deixados sobre a dentina durante o preparo cavitário. O termo também se aplica a fragmentos produzidos pelo corte ou desgaste, não somente da dentina, mas também do esmalte, cemento e mesmo da dentina do canal radicular.

Como o condicionamento ácido é realizado?

Existem dois tipos de condicionamento: parcial e total. Ambos os processos dizem respeito a técnica de aplicação do ácido fosfórico na odontologia. Dentre estes, inicialmente apenas o processo parcial era realizado, havendo uma aderência apenas posterior ao condicionamento total.

  • Condicionamento ácido parcial: também conhecido como condicionamento ácido do esmalte, é um procedimento realizado apenas no esmalte. Nesse caso, o procedimento é mais simples e a aplicação do ácido é feita apenas no esmalte do dente. O dentista aplica o gel nas peças restauradas do paciente, até uma profundidade da superfície. Dessa maneira, são criados poros que auxiliam na aderência dos materiais restauradores que serão aplicados. Após a aplicação, o dentista realiza uma lavagem de 15 segundos nos dentes do paciente, para remover o excesso do produto. Por fim, uma secagem deve ser realizada.
  • Condicionamento ácido total: O condicionamento do ácido fosfórico total funciona da mesma maneira que o parcial. Entretanto, nessa caso, o procedimento não é realizado apenas no esmalte do dente, mas também na dentina.

Precauções e contra-indicações do condicionamento ácido em dentina:

Como já mencionado, a aplicação de ácido fosfórico, no processo de condicionamento total, ainda apresenta controvérsias e pode não ser muito aconselhada em determinados casos. Isso por a dentina ser histologicamente diferente do esmalte.

No que se refere ao condicionamento parcial, a única contra indicação está relacionada com possíveis alergias que o paciente pode ter. Em contrapartida, se houver qualquer erro na dosagem da aplicação na dentina pelo condicionamento total, por exemplo, o paciente poderá desenvolver problemas como a hipersensibilidade dentinária.

Já no momento da aplicação, além do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) pelo dentista, o mesmo deve ser feito pelos pacientes. Assim, é crucial que o consultório odontológico ofereça avental e óculos de proteção adequados para evitar qualquer tipo de contato do ácido com a pele ou olhos. Da mesma forma, o profissional também deverá ser cauteloso na manipulação do produto.

O profissional também deve proteger os dentes vizinhos com tiras de poliéster ou fazer barreiras fotopolimerizável, evitando que o ácido corroa o esmalte de peças em que não serão feitas as restaurações. Por fim, para prevenir a corrosão excessiva, também é necessária atenção ao tempo de permanência do produto nos dentes do paciente.

Maiores desafios para aplicação do condicionamento ácido na Dentina:

  •  Umidade: em excesso, irá plastificar a camada híbrida. Em escassez, a umidade gera um colapso das fibrilas e afetar diretamente a formação dessa camada. Por isso, uma falha na interface adesiva pode acontecer como consequência. O profissional deve estar familiarizado com a utilização e características do material a ser utilizado.
  • Tempo: O condicionamento ácido na dentina deve ser de no máximo 10 segundos. Assim, há uma certa  complexidade em garantir que o profissional possa, precisamente, utilizar-se apenas deste tempo para conclusão do processo, considerando o próprio tempo de execução dentre as cavidades do dente.
  • Lavagem: há uma certa dificuldade em se quantificar a umidade a ser deixada durante esta fase do processo. Caso a área seja ressecada demais, poderá ocorrer o colapso das fibras colágenas. Dessa maneira, a penetração do adesivo é dificultada, trazendo, como consequência, a diminuição da resistência adesiva. Em contraponto, deixando-se úmido demais, pode ocorrer a solubilidade do sistema adesivo.
  • Área de envoltura: o sistema adesivo deverá envolver toda área da dentina que foi condicionada. Caso à grande maioria das fibras colágenas que foram desmineralizadas não forem recobertas, pode ocorrer o processo conhecido como nano-infiltração.

A partir dessas constatações surge uma dúvida: condicionar ou não a dentina?

Bom, de um ponto de vista mais técnico, observa-se que quando o ácido fosfórico é aplicado, ocorre uma desmineralização da dentina peri e inter-tubular, expondo a rede de fibrilas e removendo a camada smear layer. Isso propicia a penetração do monômero resinoso nas fibras colágenas, criando-se, assim, uma camada híbrida.

Todavia, quando não se faz o condicionamento ácido em dentina, ou seja, realiza-se apenas o processo seletivo em esmalte, o componente ácido desmineraliza do substrato e modifica a camada smear layer. Nessa fase, se aplica um jato de ar para controle da umidade e não se realiza uma limpeza com água, conforme feito na técnica de condicionamento total.

Sendo assim, através do método de condicionamento total é possível obter uma camada híbrida com a junção do monômero resinoso com as fibras colágenas. A aplicação do condicionamento ácido tem influência direta na resistência de união do material resinoso e o substrato dental.

Com a estrondosa velocidade de surgimento de informação científica, têm se dificultado para o clínico, e até mesmo para o pesquisador, acompanhar os novos conceitos em cada área de domínio do conhecimento.

Por este motivo, a chamada “Odontologia Baseada em evidência”, através da qual se avalia o material publicado sobre determinado assunto, analisando os resultados e criando uma inferência solidamente embasada, tem ganhado maior relevância dentro deste campo, que ainda apresenta opiniões contrárias mesmo no ramo profissional.

 

 

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