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Josiane Codental

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Especialidades odontológicas

Atendimento odontológico à gestante: saiba tudo sobre!

Atendimento odontológico a gestante

O atendimento odontológico a gestante é um desafio para muitos dentistas, uma vez que a gravidez é uma fase especial e desafiadora na vida de uma mulher, marcada por transformações físicas, emocionais e hormonais.

Entretanto, durante esse período, a saúde bucal desempenha um papel crucial, tanto para a gestante quanto para o bebê em desenvolvimento. Apesar disso, muitas grávidas negligenciam os cuidados odontológicos por medo ou falta de informação, o que pode levar a complicações evitáveis.

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Pensando nisso, este artigo aborda todas as especificidades do atendimento odontológico durante a gestação, destacando sua importância e fornecendo orientações para profissionais e pacientes. Confira!

A importância do atendimento odontológico à gestante

Durante a gravidez, mudanças hormonais significativas podem impactar diretamente a saúde bucal. Dessa forma, o aumento dos níveis de progesterona e estrogênio pode causar maior sensibilidade nas gengivas e predisposição a doenças periodontais. Além disso, náuseas e vômitos frequentes podem aumentar o risco de erosão dentária devido à exposição ao ácido gástrico.

Estudos indicam que condições como gengivite e periodontite não tratadas podem estar associadas a complicações obstétricas, como parto prematuro e baixo peso ao nascer. Dessa forma, o cuidado odontológico regular durante a gestação é essencial para prevenir problemas que podem afetar a mãe e o bebê.

Especificidades do atendimento odontológico à gestante

Atendimento odontológico à gestante

O atendimento odontológico à gestante requer atenção a diversos fatores, desde o planejamento do tratamento até a execução de procedimentos. Dessa forma, dentre os principais fatores estão:

Avaliação do trimestre gestacional

A gravidez é dividida em três trimestres, e o momento do atendimento odontológico deve considerar as mudanças e limitações de cada fase:

  • Primeiro trimestre (0 a 13 semanas): este é o período crítico do desenvolvimento fetal, quando ocorre a formação dos órgãos do bebê. Sendo assim, procedimentos invasivos devem ser evitados, salvo em casos de emergência, devido ao risco de interferir no desenvolvimento fetal.
  • Segundo trimestre (14 a 27 semanas): é o período mais seguro para intervenções odontológicas. A gestante geralmente apresenta maior estabilidade e menor risco de complicações. Portanto, pode-se realizar tratamentos preventivos e restauradores com tranquilidade.
  • Terceiro trimestre (28 a 40 semanas): embora o tratamento seja possível, deve-se evitar longas sessões odontológicas, pois o tamanho do útero pode causar desconforto ou pressão sobre a veia cava inferior, levando a hipotensão. Dessa maneira, recomendam-se procedimentos mais simples.

Uso de medicamentos

A prescrição de medicamentos para gestantes deve ser feita com cautela. Muitos fármacos atravessam a barreira placentária e podem afetar o bebê. Portanto, o dentista deve sempre consultar a classificação dos medicamentos quanto à segurança na gravidez, utilizando, preferencialmente, os classificados como categoria A ou B pelo FDA.

Antibióticos como amoxicilina e analgésicos como paracetamol são considerados seguros quando utilizados corretamente. Entretanto, medicamentos como tetraciclinas e anti-inflamatórios não esteroides (AINES) devem ser evitados.

Uso de anestésicos locais

Anestésicos locais são seguros na gestação quando utilizados adequadamente. Lidocaína, associada ou não à epinefrina, é a escolha mais comum. Todavia, se faz importante monitorar a quantidade administrada e evitar a ocorrência de hipotensão.

Radiografias odontológicas

Embora o ideal seja evitar radiografias durante a gravidez, elas podem ser realizadas em situações necessárias, desde que medidas de proteção sejam adotadas, como o uso de avental de chumbo e colar protetor de tireoide. A tecnologia digital, que emite menos radiação, é preferível.

Principais condições bucais em gestantes

Dentre as condições odontológicas apresentadas durante a gestação, algumas se destacam por serem mais comuns, dentre elas:

Gengivite gravídica

A gengivite gravídica é uma das condições mais comuns, afetando cerca de 60% a 75% das grávidas. Caracteriza-se por inflamação e sangramento gengival, devido ao aumento da sensibilidade gengival causado pelas alterações hormonais.

Tratamento:

  • Higiene bucal rigorosa, com escovação e uso de fio dental.
  • Profilaxia profissional para remoção de placa e cálculo dentário.
  • Orientação sobre o uso de antissépticos bucais adequados.

Granuloma gravídico

Também conhecido como “tumor da gravidez”, é uma lesão benigna que surge em resposta à irritação local ou ao acúmulo de placa bacteriana.

Tratamento:

  • Em muitos casos, o granuloma desaparece após o parto.
  • Se causar desconforto ou interferir na mastigação, pode efetuar a remoção cirurgicamente.

Cárie dentária

Mudanças na dieta, aumento da frequência de refeições e náuseas podem elevar o risco de cáries.

Tratamento:

  • Tratamentos restauradores são seguros, especialmente no segundo trimestre.
  • Reforço na educação alimentar e higiene bucal.

Erosão dentária

Vômitos frequentes podem levar à desmineralização do esmalte dentário.

Orientação:

  • Após episódios de vômito, enxaguar a boca com água ou solução de bicarbonato de sódio para neutralizar o ácido.
  • Evitar escovar os dentes imediatamente após o vômito para prevenir abrasão do esmalte.

Papel do dentista no cuidado integral da gestante

O dentista desempenha um papel fundamental não apenas no tratamento, mas também na prevenção e educação. Sendo assim, entre as principais responsabilidades estão:

  • Educação sobre saúde bucal: informar a gestante sobre a importância de manter uma boa higiene oral e sua relação com a saúde do bebê.
  • Prevenção de doenças bucais: promover limpezas regulares e orientar sobre a dieta e uso de produtos bucais adequados.
  • Coordenação com a equipe de saúde: o dentista deve trabalhar em conjunto com o obstetra para garantir um atendimento seguro e integrado.

Dicas práticas para gestantes manterem a saúde bucal

Algumas recomendações podem ser orientadas para a gestante manter durante a gestação, dentre elas:

Escovação adequada: Utilizar uma escova macia e creme dental fluoretado pelo menos duas vezes ao dia.

Uso do fio dental: Limpar os espaços entre os dentes diariamente.

Enxaguantes bucais: Recomendar antissépticos sem álcool para a gestante.

Dieta equilibrada: Evitar alimentos açucarados e inclua alimentos ricos em cálcio e vitaminas.

Visitas regulares ao dentista: Realizar consultas preventivas e trate problemas assim que forem detectados.

Mitos e verdades sobre saúde bucal na gravidez

Alguns mitos relacionados ao atendimento odontológico de gestantes são gerados, sendo os mais comuns:

“A gestante não pode tratar os dentes.”

Mito. A gestante pode e deve cuidar da saúde bucal, desde que com procedimentos adequados ao período gestacional.

“Os dentes ficam mais fracos durante a gravidez.”

Mito. A gravidez não enfraquece os dentes. O que ocorre é que alterações hormonais podem favorecer problemas gengivais.

“Problemas bucais podem prejudicar o bebê.”

Verdade. Infecções bucais não tratadas podem estar relacionadas a complicações na gestação, como parto prematuro.

Concluindo, o atendimento odontológico durante a gestação é uma parte essencial do cuidado integral da gestante. Com a abordagem correta e a colaboração entre dentistas e obstetras, é possível garantir a saúde bucal da mãe e contribuir para o bem-estar do bebê.

Gestantes devem ser incentivadas a realizar consultas regulares e adotar práticas preventivas, desmistificando os temores relacionados ao tratamento odontológico. Assim, cuidando da saúde bucal, promovem-se uma gestação mais tranquila e uma maternidade mais saudável.

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