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Acidente Ocupacional na Odontologia: saiba tudo sobre!

Acidente ocupacional na odontologia

Publicado por

Carolina Gomes

O acidente ocupacional na odontologia é uma realidade presente na rotina clínica de milhares de profissionais. Isto se deve, pois, a proximidade constante com fluidos biológicos, materiais perfurocortantes e instrumentos de alta rotação expõe dentistas, auxiliares e técnicos a diversos riscos de contaminação e lesões.

Sendo assim, este artigo foi desenvolvido para dentistas que desejam entender profundamente o que são os acidentes ocupacionais, quais os protocolos obrigatórios em casos de exposição, além de apresentar estratégias práticas e eficientes para prevenir esses acidentes dentro da clínica odontológica. Confira!

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O que é acidente ocupacional na odontologia?

Um acidente ocupacional é qualquer evento inesperado que ocorre durante o exercício da atividade profissional e que gera risco à saúde ou integridade física do trabalhador. Sendo assim, na odontologia, esses acidentes podem gerar desde lesões físicas até contaminações biológicas por agentes patológicos.

Principais riscos ocupacionais na odontologia:

  • Perfurocortantes: agulhas, lâminas, brocas, curetas, escaladores ultrassônicos, entre outros.
  • Exposição a fluidos biológicos: sangue, saliva, secreções.
  • Aeronização de partículas: riscos respiratórios.
  • Químicos: produtos de desinfecção, esterilização e materiais odontológicos.
  • Ergonômicos: má postura, movimentos repetitivos.
  • Físicos: radiação, ruídos, vibração de equipamentos.

Tipos de Acidente Ocupacional na Odontologia

Na odontologia, vários podem ser os acidentes ocupacionais, devendo o dentista manter-se atento. Dessa forma, dentre os principais tipos estão:

1. Acidente com Perfurocortantes

O mais comum na prática odontológica. Sendo assim, ocorre geralmente durante anestesia, sutura, remoção de materiais ou limpeza de instrumental.

Risco: transmissão de vírus como HIV, Hepatite B (HBV) e Hepatite C (HCV).

2. Contato com Material Biológico

Ocorre quando há respingos de sangue, saliva ou secreções em mucosas (olhos, boca, nariz) ou pele não íntegra (feridas, cortes, dermatites).

3. Exposição a Produtos Químicos

Acidentes com produtos de limpeza, desinfetantes de alto nível ou materiais utilizados nos procedimentos odontológicos que podem causar queimaduras, irritações ou intoxicações.

4. Riscos Físicos e Ergonômicos

Quedas no ambiente são um dos riscos, apesar de menos comum. Além disso, problemas osteomusculares devido à má postura ou excesso de trabalho são comuns. Ademais, exposição à radiação sem a devida proteção também pode ser um risco de acidente ocupacional na odontologia.

Protocolo em caso de acidente ocupacional na odontologia

Quando ocorre um acidente, principalmente envolvendo material biológico, existe um protocolo rigoroso que deve ser seguido imediatamente. Sendo assim, esse protocolo é fundamental para minimizar o risco de contaminação e proteger o profissional.

Passo a Passo do Protocolo:

1. Interrompa imediatamente o procedimento.

Se ocorrer uma perfuração, corte ou respingo, interrompa o atendimento imediatamente.

2. Realize a lavagem do local exposto.

  • Pele: Lave com água corrente e sabão neutro. Dessa maneira, não use substâncias agressivas como álcool, água sanitária ou produtos irritantes.
  • Mucosas (olhos, boca, nariz): Lave abundantemente com soro fisiológico 0,9% ou água corrente.

3. Não esprema o local.

Ao contrário do que muitos acreditam, espremer o ferimento pode aumentar a absorção de patógenos. Sendo assim, nunca se deve indicar ou realizar esse tipo de ação.

4. Avaliação do risco da exposição.

  • Qual foi o material envolvido? (agulha, lâmina, broca…)
  • Houve contato com sangue ou saliva?
  • Qual a profundidade do ferimento?
  • O paciente é conhecido? Tem histórico de doenças infectocontagiosas?

5. Acione imediatamente o serviço de saúde especializado.

Dirija-se até o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) ou hospitais que ofereçam atendimento de acidente ocupacional com material biológico.

6. Realização de exames.

  • Do profissional: sorologia para HIV, Hepatite B, Hepatite C e outros exames.
  • Do paciente-fonte: mediante consentimento, realizam-se os mesmos exames.

7. Avaliação da necessidade de Profilaxia Pós-Exposição (PEP).

Se houver risco de HIV, Hepatite B ou Hepatite C, poderá ser indicado o uso de medicações antirretrovirais e imunoglobulina, conforme protocolo do Ministério da Saúde.

  • HIV: iniciar PEP em até 2 horas (máximo 72 horas) após a exposição.
  • Hepatite B: se o profissional não estiver vacinado ou sem anticorpos, aplicar imunoglobulina e iniciar vacinação.
  • Hepatite C: não há PEP medicamentosa, mas o acompanhamento precoce é fundamental.

8. Acompanhamento clínico.

  • Realizar exames de controle com 30 dias, 3 meses e 6 meses, conforme orientação médica.

Consequências de não seguir o protocolo

Não seguir o protocolo padrão após um acidente ocupacional nunca é indicado. Sendo assim, essa atitude pode gerar as seguintes consequências:

  • Alto risco de infecções virais crônicas.
  • Responsabilidade civil e trabalhista.
  • Interrupção na vida profissional.
  • Danos psicológicos.

Como evitar acidentes ocupacionais na odontologia

A prevenção é a melhor estratégia. Dessa maneira, existem diversos métodos e práticas que podem ser implementadas na clínica odontológica para reduzir drasticamente os riscos.

1. Uso Correto dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual)

  • Luvas (sempre verificar a integridade antes de iniciar o atendimento).
  • Máscara cirúrgica e/ou PFF2.
  • Óculos de proteção ou protetor facial.
  • Avental descartável ou de tecido impermeável.
  • Touca.

2. Vacinação em Dia

É obrigatório que todos os profissionais da odontologia estejam vacinados. Dessa forma, as vacinas essenciais são:

  • Hepatite B.
  • Tétano.
  • Influenza.
  • Covid-19 (atualizado conforme campanhas).
  • Outras vacinas recomendadas na saúde ocupacional.

3. Descarte Correto de Perfurocortantes

  • Utilizar caixas específicas para perfurocortantes, rígidas, resistentes a perfurações e de descarte imediato. Além disso, nunca se deve recapear agulhas manualmente e adotar dispositivos de segurança (agulhas com protetores, sistemas retráteis).

4. Manutenção e Condições dos Equipamentos

  • Equipamentos bem calibrados, afiados e funcionando corretamente reduzem riscos de acidentes. Ademais, é essencial realizar manutenção preventiva periodicamente.

5. Ergonomia na Clínica

  • Cadeiras ergonômicas para dentistas e auxiliares devem sempre ser ajustadas. Dessa maneira, se organiza o ambiente de trabalho para evitar movimentos desnecessários. Além disso, o ambiente deve sempre contar com iluminação adequada e treinamentos periódicos sobre posturas corretas.

6. Capacitação Contínua da Equipe

  • Realizar treinamentos periódicos sobre biossegurança. Além disso, deve se realizar simulações de situações de risco e atualização constante conforme as normas da Anvisa, Ministério da Saúde e CFO.

Estratégias para implementar na clínica e reduzir acidentes

Na sua clínica algumas atitudes podem ser tomadas para evitar a ocorrência de acidentes ocupacionais. Sendo assim, algumas dessas ações são:

Elabore um POP (Procedimento Operacional Padrão)

Ter documentos internos que descrevem, de forma padronizada, como realizar cada procedimento, desde a paramentação até o descarte correto dos materiais.

Mapeamento de Riscos

  • Faça um levantamento dos pontos críticos da clínica.
  • Sinalize locais de risco (caixas de perfurocortantes, áreas de esterilização, estoques químicos).

Checklist Diário de Biossegurança

  • Conferir se há estoque suficiente de EPIs.
  • Verificar se as caixas de descarte estão dentro do prazo de uso e não estão cheias.
  • Avaliar se os equipamentos estão funcionando corretamente.

Crie uma Cultura de Segurança

  • Envolver toda a equipe no compromisso com a biossegurança.
  • Estimular a comunicação aberta sobre situações de risco.

Contrate Consultorias em Biossegurança

Existem profissionais especializados que podem avaliar sua clínica e sugerir melhorias específicas.

Portanto, o acidente ocupacional na odontologia é uma realidade que pode gerar impactos sérios na saúde dos profissionais. No entanto, com informação, treinamento, uso rigoroso dos EPIs e implantação de protocolos de biossegurança bem definidos, é possível reduzir drasticamente esses riscos.

Sendo assim, além de proteger a si, o dentista que adota uma cultura de segurança também protege sua equipe, seus pacientes e sua reputação profissional.

Dessa forma, se você ainda não possui um protocolo formalizado na sua clínica, este é o momento de começar. Biossegurança não é custo, é investimento na sua saúde e na sustentabilidade do seu negócio.

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