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Doenças odontológicas

Peri-implante: tudo o que você precisa saber

peri-implante

Publicado por

Alice Miranda

A implantodontia evoluiu significativamente nas últimas décadas, proporcionando aos pacientes soluções cada vez mais eficazes e duradouras para a reabilitação oral. No entanto, com o crescimento do número de implantes instalados, também aumentou a incidência de complicações relacionadas aos tecidos peri-implante.

Entretanto, um dos principais desafios clínicos enfrentados atualmente é a doença peri-implantar, que abrange desde a mucosite peri-implantar até a peri-implantite.

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Neste artigo, vamos abordar tudo sobre o peri-implante: o que é, quais são os sinais clínicos, as principais causas, formas de prevenção e as estratégias mais eficazes de tratamento. Se você é dentista e atua com implantes ou deseja se aprofundar nesse campo, continue lendo e tenha acesso a um conteúdo completo e atualizado.

O que é peri-implante?

O termo “peri-implante” refere-se aos tecidos moles e duros que circundam um implante dentário. Dessa maneira, a saúde peri-implantar é essencial para o sucesso funcional e estético do implante a longo prazo. Sendo assim, esses tecidos incluem:

  • Mucosa peri-implantar (tecido mole que envolve o implante);
  • Osso alveolar peri-implantar (estrutura óssea que sustenta o implante).

Quando ocorre inflamação nesses tecidos, classifica-se como doença peri-implantar, dividida em dois estágios principais:

  1. Mucosite peri-implantar – inflamação reversível que afeta apenas os tecidos moles;
  2. Peri-implantite – inflamação com perda de osso de suporte, considerada irreversível sem intervenção cirúrgica ou regenerativa.

Diferença entre mucosite peri-implantar e peri-implantite

Mucosite peri-implantar

  • Etiologia: acúmulo de biofilme bacteriano;
  • Manifestações clínicas: sangramento à sondagem, eritema, edema;
  • Reversibilidade: sim, com remoção do biofilme e controle da higiene.

Peri-implantite

  • Etiologia: progressão da mucosite sem controle, aliada a fatores sistêmicos ou locais;
  • Manifestações clínicas: sangramento à sondagem, supuração, perda óssea, mobilidade do implante em casos avançados;
  • Reversibilidade: limitada; requer intervenção mais complexa.

Fatores de risco para doenças no peri-implante

O conhecimento dos fatores predisponentes é crucial para a prevenção e manejo da peri-implantite. Dessa forma, entre os principais fatores de risco, destacam-se:

Fatores locais:

  • Higiene oral deficiente;
  • Presença de excesso de cimento em próteses cimentadas;
  • Design protético que dificulta a higiene;
  • Sobrecarga oclusal;
  • Implantes mal posicionados.

Sistêmicos:

  • Doença periodontal prévia;
  • Diabetes mellitus mal controlado;
  • Tabagismo;
  • Imunossupressão;
  • Genética (resposta inflamatória exacerbada).

Fatores iatrogênicos:

  • Técnica cirúrgica inadequada;
  • Falta de manutenção periódica;
  • Ausência de gengiva queratinizada ao redor do implante.

Diagnóstico das doenças peri-implantares

Um diagnóstico preciso depende de uma avaliação clínica e radiográfica minuciosa. Além disso, a anamnese, associada ao exame clínico e ao monitoramento periódico, é essencial para identificar precocemente alterações nos tecidos peri-implantares.

Critérios clínicos:

  • Sondagem peri-implantar: profundidade > 4 mm com sangramento;
  • Presença de supuração;
  • Mobilidade (em casos avançados);
  • Avaliação da presença de gengiva queratinizada.

Critérios radiográficos:

  • Comparação com imagens anteriores;
  • Verificação da perda óssea marginal.

Como prevenir a peri-implantite?

A prevenção é a melhor estratégia para evitar complicações nos tecidos peri-implantares. Dessa maneira, os pilares fundamentais para a manutenção da saúde peri-implantar são:

1. Planejamento cirúrgico e protético adequado

  • Avaliação minuciosa do paciente;
  • Posicionamento ideal do implante;
  • Escolha de próteses com design favorável à higienização.

2. Controle de fatores sistêmicos

  • Estabilização de doenças como diabetes;
  • Cessação do tabagismo com apoio profissional.

3. Higiene oral efetiva

  • Orientação personalizada ao paciente;
  • Utilização de escovas interdentais, fios super floss e irrigadores orais.

4. Programa de manutenção peri-implantar

  • Consultas periódicas a cada 3 a 6 meses;
  • Remoção de biofilme com instrumentos específicos (plásticos ou titânio);
  • Radiografias comparativas periódicas.

Tratamento da mucosite peri-implantar

Por se tratar de uma inflamação reversível, o tratamento da mucosite visa a eliminação do biofilme e a reeducação do paciente quanto à higiene oral.

Etapas do tratamento:

  1. Profilaxia profissional com ultrassom e jatos de bicarbonato/glicina;
  2. Instrumentação mecânica com curetas apropriadas;
  3. Uso adjunto de antissépticos (ex: clorexidina 0,12%);
  4. Reforço da higiene oral domiciliar.

No entanto, em muitos casos, a mucosite pode ser resolvida em poucas semanas com medidas simples e acompanhamento rigoroso.

Tratamento da peri-implantite

O tratamento da peri-implantite é mais complexo e pode envolver abordagens não cirúrgicas, cirúrgicas e regenerativas, dependendo do grau de comprometimento ósseo.

Tratamento não cirúrgico:

  • Descontaminação da superfície do implante com jato de glicina ou terapia fotodinâmica;
  • Uso de lasers como coadjuvante;
  • Antibióticos sistêmicos em casos selecionados.

Limitação: eficácia reduzida em perdas ósseas avançadas.

Tratamento cirúrgico:

Indicado quando há falha no controle não cirúrgico ou em casos moderados a severos.

Técnicas cirúrgicas:

  • Cirurgia ressectiva: remoção de tecidos contaminados e regularização óssea;
  • Cirurgia regenerativa: uso de biomateriais e membranas para recuperação do osso perdido.

Portanto, a escolha entre uma abordagem regenerativa ou ressectiva depende do defeito ósseo e da possibilidade de descontaminação efetiva da superfície do implante.

Prognóstico e manutenção a longo prazo

O prognóstico de implantes afetados por peri-implantite depende de vários fatores:

  • Tempo de instalação do implante;
  • Extensão da perda óssea;
  • Resposta ao tratamento;
  • Participação do paciente no programa de manutenção.

Implantes com mobilidade geralmente têm indicação de remoção, enquanto casos tratados precocemente podem manter-se estáveis por muitos anos, desde que sob vigilância periódica e controle rigoroso de higiene.

Novas tecnologias e perspectivas futuras

A área de tratamento peri-implantar está em constante evolução. Sendo assim, algumas inovações em destaque incluem:

  • Plasma rico em fibrina (PRF): para promover regeneração tecidual;
  • Nanotecnologia em superfícies de implantes para reduzir adesão bacteriana;
  • Terapias com peptídeos antimicrobianos;
  • Inteligência artificial para monitoramento peri-implantar (como scanners intraorais e radiografias com IA para avaliação da perda óssea precoce).

Concluindo, a saúde peri-implantar é um dos pilares da longevidade dos implantes dentários. Para o dentista, reconhecer precocemente os sinais clínicos da mucosite e da peri-implantite, adotar estratégias preventivas e estar atualizado quanto aos protocolos de tratamento são atitudes fundamentais para garantir resultados funcionais e estéticos duradouros.

O sucesso da implantodontia não depende apenas da instalação correta do implante, mas principalmente do seguimento clínico, da educação do paciente e de um programa de manutenção personalizado.

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